Somos atraídos pela luz. O fato de a maioria de nós sermos seres visuais e a luz ser um elemento imprescindível para o processo da captação do meio visível, faz com que nossos olhos busquem constantemente por luminosidade. No entanto, existem algumas manifestações lumínicas que não se dedicam à função objetiva de iluminar e extrapolam a capacidade de chamar atenção do olhar, capturando-o e o fixando. Diferentemente da luz que clareia e é pensada para romper a escuridão, a Luz enquanto materialidade tem na escuridão uma condição para sua existência. Há nessa relação de contrastes e afinidades uma espécie de assombro ou deslumbramento que, como defendia Descartes (1596-1650), afeta o corpo e a alma como uma primeira paixão. É exatamente esse caráter de incompreensão e subjetividade que torna mais intrigante a experimentação espacial conduzida pela materialidade luminosa. A inovação e a qualidade desta pesquisa, na realidade, estariam exatamente na origem, no substantivo e não no verbo: O que é Luz Materializada? – Eis a questão! A partir de autores como Gaston Bachelard, Georges Didi-Huberman, Hans Ulrich Gumbrecht, entre outros, estabelecemos uma base teórica robusta, que possibilitou identificarmos lacunas e sintetizarmos conhecimentos existentes sobre a Luz Materializada. Por fim, abordamos a escuridão como uma condição essencial para a existência da Luz Materializada, desafiando a noção convencional de luz como meio de iluminação. A pesquisa conclui que a Luz Materializada é um ente que existe a partir da percepção sensível dos indivíduos, influenciando e sendo influenciada pelo espaço e pelo sujeito. Ao tratar da luz como materialidade, a tese amplia a compreensão das relações entre sujeito, espaço e luz, contribuindo para novas perspectivas projetuais no campo da arquitetura e das artes visuais.
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